Filhos


Ele veio de longe e tomou conta de mim e
Nem sei como é seu rosto, seu cabelo, enfim,
Tampouco sei sobre o seu jeito de andar ou de falar.
Veio de um lugar desconhecido, mas gerado pelo amor.
Nas manhãs frias penso em me tornar seu cobertor para aquecê-lo,
Mas quando chove, não adianta, e por mais que eu queira,
Deixo à mostra a dificuldade de mantê-lo protegido.
Afinal, que dia ele será apresentado? Isso me torna sua refém,
Mas eu me fortaleço nesse vai e vem.
Quem vem de tão longe assim, deveria trazer consigo um presente,
Talvez um sorriso carente,
Pois as minhas mãos trêmulas estarão ávidas,
Esperando pelo seu toque magistral.
E pensar que me tornando sua refém, não me enfraqueço,
E aqueço em meu coração um desejo enorme,
De escutar seu barulho e descobrir que mundo fascinante é esse,
Que esconde quem me fará feliz.
Será que os deuses fizeram assim para guardar este segredo a sete chaves?
Quem sabe?!
Como seria de outra forma? Mas o que importa isso agora,
Se ele já está batendo a minha porta?
Por favor, não me digam o segredo agora, ele já está aqui.
E se os deuses me dissessem a outra forma,
Mil vezes morreria para não saber e não deixar de sentir o que sinto agora.