A hora de morrer

A hora de morrer

Por que vivemos se vamos morrer?

Antes de nascer eu estava morta? E se estava, pra que tenho que morrer de novo?

O que significa a vida?

O sentido da vida é o próprio sentido?

Talvez seja o oposto de tudo.

Morrer seria nascer, viver seria morrer!

Só existe um começo porque antes teve um final, o novo só vem quando se teve o velho

Precisamos viver para matar coisas que estão em nós e com as quais temos a impressão de que não estamos realmente vivendo

Mas a vida é um aprendizado. Aprendemos com o tempo matar para que possamos morrer e assim renascer em algum lugar, para continuar a viver o que talvez deva ser a vida de verdade.

Matamos nosso preconceitos, nossas vaidades, nossos medos até que não haja mais medo, pois, qual seria o maior medo senão o da morte?

Caminhamos um tempo de nossas vidas no aqui agora, onde se marca experiências e sentidos com números representativos de tempo. Ora, o tempo só existe aqui e agora! Mas caminhamos para a morte, a maior incógnita que nos persegue, mas se afasta a cada novo suspiro, a cada nova batida de coração para que finalmente, como recompensa desta vida aqui, Deus nos pegue pela mão e diga: Vamos para casa?

A morte é a volta para casa. É como um guerreiro que após um tempo de luta retorna para sua vida, para sua casa exausto de lutar, com uma medalha no peito e algumas cruzes na consciência. É, ele ainda tem que aprender algumas coisas, ainda não é o seu tempo de morrer de retornar a casa, não me refiro a casa de vidro, esta criada por nós, sobre a areia movediça com espelhos da vaidade, mas a casa construída sobre a rocha, sem espelho nenhum, sem proteção nem pretensão de ser a mais perfeita, pelo contrario com muitas e muitas imperfeições criadas pelos rastros do aprendizado, um telhado quebrado aqui, uma janela parafusada acolá, mas com a estrutura firme e forte capaz de sustentar uma vida de erros e acertos, pois o aprendizado pede hora um tropeço, hora uma vitória, mas um sempre ligado ao outro pois um só existe em função do seu oposto.

A casa de verdade é a casa remendada onde nascemos só depois que morremos, depois que aprendemos que evoluímos e que nos desprendemos. Só assim é que continuamos a viver.

A vida que conhecemos aqui é um projeto onde aprendemos, experimentamos nos aperfeiçoamos para podermos morrer e levar uma alma mais evoluída para o lugar de onde viemos.

Morrer não é morrer, mas sim continuar a viver. A palavra viver em seu sentido ortográfico se olhamos em seu oposto, ou seja de trás para frente se escreve reviv, ou seja, reviver é viver mais uma vez, uma vida que começou antes de nascermos aqui e agora.

Isabella Fagundes
Enviado por Isabella Fagundes em 18/03/2009
Código do texto: T1492194
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