Nossa casa, nosso ninho.
Bom falar com amor dela. Dentro dela nos
embriagamos de amor.
Aquela que grafitamos, na imaginação, as
paredes com "te amo" em todos os comodos.
Aquela com baús cheios de saudades ou vazio
de lembranças.  Mas é nossa casa.
E ela existe. E não importa quem lá mora ou co-
mo se chama.
Falar na nossa casa é falar em felicidade.  E isso
 não se explica, apenas, sente-se e vive-se.
Não importa se é uma mansão, ou uma simples
casinha na árvore,pois timidazinha tem alma e
coração.

E como dentro dela cabem abraços inteiros.
Como o amor se fragmenta em pequenos pe-
daços para que cada um receba uma dose
amorosa de benção.

E muito embora muitos achem que não, é a nos-
sa casa a Escola onde aprendemos a importân
cia de sermos solidários uns com os outros.

Sabem por que lembrei de homenagear minha
casa?  Li esse final de semana Dom Casmurro
de Machado de Assis e ele lindamente na pag.
25 fala poeticamente sobre a casa, comparando-a
a um teatro em noite de ópera.

"Mas é tempo de tornar àquela tarde de novem-
bro, uma tarde clara e fresca, sossegada como a
nossa casa e o trecho da rua em que morávamos.
Verdadeiramente foi o princípio da minha vida;
tudo o que sucedera antes foi como o pintar e
vestir das pessoas que tinham de entrar em cena, 
o acender das luzes, o preparo das rebecas, a sinfonia..Agora é que eu ia começar a minha ópe-
ra, disse-me um tenor que já faleceu. E definiu
tão bem, em tal maneira que me fez acreditar
nela".

ysabella
Enviado por ysabella em 16/03/2009
Código do texto: T1489944
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