CIDADE VS CAMPO
O barulho da cidade não me perturba. Escuto um bater de máquina, rodar de carros, rumor de vozes e um piano ao longe. Todos os sons formam o barulho da cidade; surdo, persistente e, por maior silêncio que se busque, camuflado, imperceptível, ele está presente.
É preciso concentração, sensibilidade para perceber o barulho da cidade. Gosto dele. Não vivo, nem respiro sem ele.
Que delícia o silêncio do campo! Como descansa! Dizem os ecólogos convictos. Engraçado! Comigo é diferente. No primeiro contato é realmente reparador! Um dia... talvez dois ... um final de semana... quinze dias... ainda dá... Depois... como cansa! Como dá stress! Aquele silêncio... Não suporto “ouvir” o silêncio. Horas mortas, devagar, o dia não passa. De vez em quando um coaxar de sapos, trinado de passarinhos, bem-te-vi, fogo apagou, zaragata de cigarras e o farfalhar de árvores.
O choro das casuarinas lembra “O Morro dos Ventos Uivantes”. Tudo isso somado faz o “barulho” do silêncio.
A mim, ele perturba, esgota! Principalmente num dia quente, parado, ouvindo o canto do galo bem longe.