EM BUSCA DA NOSSA ESTRELA!

Gotas de chuva ainda molham a grama como lágrimas na noite, perdidas na escuridão.

A chuva veio o dia todo, parecia nervosa, barulhenta e sem trégua.

À tarde, porém, ela resolveu dar uma pausa e meu amado sol apareceu.

Meio tímido, desajeitado, quase que apagado, mas nem por isso deixou de ser notado.

Ao cair da noite, no entanto, a chuva resolveu voltar. Lenta, tranqüila e calma.

Só algumas gotas me molhavam de leve, como se me fizesse um carinho, e, assim ela molhou novamente a grama que já havia secado da chuva do dia.

E, ali eu estava, descalça, sentindo a delicadeza e o carinho que aquela grama tão gostosa me fazia, quando eu delicadamente deslizava meus pés sobre ela.

As pequenas gotas de chuva que caiam sobre mim e sobre a grama purificavam minha alma, enquanto eu olhava para o céu, em busca de uma estrela. Bastava uma apenas, mas não, não havia nenhuma.

O céu parecia carregado, escuro, triste.

Por várias vezes olhei pra cima, em busca da minha estrela, aquela que você deu meu nome a ela, mas hoje, nem ela quis sair pra mim.

Fico imaginando que parece que a noite sente a minha solidão, e se compadece dela, fazendo com que a chuva, mesmo leve, vá embora, pra que eu fique em paz, com meus pensamentos a espera da nossa estrela.

Sento-me num banco ali no jardim, fecho meus olhos, e assim as horas passam, sem que eu perceba que já é tarde da noite.

Quando me dou conta disso, abro meus olhos e lá está a nossa estrela, brilhando pra mim, da mesma forma que tenho certeza que está brilhando aí pra você.

Sim!

Nossa estrela, porque ela é minha, mas também é sua, porque você a escolheu, para que sempre que você a olhe me veja nela.

16.03.2009