Um Tema

Quando. E onde a janela é a abertura ao vento. Ou a verdade. Linhas e ideias, o hábito à distância de sentir a elegia do dia. Ir para construir um tema, talvez ficasse pelas horas, estendido na vigília de um areal líquido.

Quando. Sob um plano velado de água rasgo o ar até às alamedas marítimas. Por aqui cai a seda do poente. Quase chove no pulsar quotidiano da vulgaridade. E. Essas árvores ladeando os lagos.

Tudo foi sempre assim na suavidade do mundo. Os prados solares num céu de índigo e as aves que se escrevem no objectivo de iluminar os olhos. Nada. Dunas e sombras. Ombros espelhados num cenário lírico.

Nada. A limpidez das sensações, me instruí na claridade da manhã, as fendas aurorais de paredes tingidas do branco da memória. Signos para inventar e em tudo o vácuo da flora azulada da mágoa. Podia ser.

Assim. Não sinto, não penso. O tempo desliza fisicamente na paisagem. Ou. Na vazante coroam de espuma os coágulos do mar.

Um tema.

Fim.