QUEM SABE...



Algum dia, eu também fui uma flor,
Uma canção, talvez um poema
há muito perdido no tempo,
A flor talvez tenha murchado
Antes da hora ou canção que
Ninguém nunca se quer ouviu...

Talvez, eu também tenha sido um instrumento daqueles empoeirado
esquecido, abandnado num canto
qualquer ou ainda uma ave,
daquelas que sobrevoam
O espaço em busca de abrigo
E cansada de voar esconde-se
Do frio da indiferença
Em algum cantinho
Que ninguém nunca encontrou.

Mas também, posso ter sido
Um livro que descreveu apenas 
dores alheias,como aquelas
que ainda não cicatrizaram
E por isso,nunca ninguém leu.


Brasília, DF
Registrado na Biblioteca Nacional