ATÉ QUE AMANHEÇA

É tanta solidão é tanta angústia
Uma vontade de chorar que me arrebenta o peito
As minhas mãos inquietas, cansadas
Por falta de afago e lágrimas banham-me o rosto
Deixando-me nos lábios um sabor de sal.

É tanta solidão neste espaço vazio e imenso
Que me perco nele.
Tudo que escuto é a minha voz embargada
Escondendo de mim mesma
O pranto que teima em soluçar.

A luz da lua entra pela janela entreaberta
Como a me dizer: Eu também vagueio sozinha
Embora existam tantas estrelas à minha volta
Assim como os solitários,
Também eu, jamais encontrarei a quem procuro.

Descansa, dorme eu velarei teu sono
Pois terei que seguir a minha trajetória
Até que amanheça.



Brasília, DF
Registrado na Biblioteca Nacional