Ao apagar das luzes
Ao findar da tarde de ontem, quando a noite fria começava a cair sobre a cidade e deixávamos o Banco do Brasil, após mais de seis horas de estafante trabalho, paramos, eu e o colega Floriano, junto a um “Jeep”, onde um grupo de patrícios assistia à transmissão do jogo da seleção brasileira de futebol – autêntica campeã do mundo -, frente a um quadro italiano.
Notamos, de início, que a tristeza rondava o coração daqueles homens e o vendaval da derrota fustigava-lhes a alma, onde existia, ainda, a esperança de um empate, de vez que perdíamos de dois a um e restavam ainda dois minutos para o término do encontro, travado em campos da velha Itália.
Resolvemos esperar um pouco... Juntar nossas emoções e somar as nossas tristezas às emoções e tristezas daquele grupo que assistia, ao apagar das luzes, a derrota de sua seleção, até então invicta em vinte e seis partidas internacionais, disputadas após o campeonato mundial de 1958.
Ali estava o brasileiro de 1960. Aquele que em outros tempos teria abandonado o rádio, certo da derrota, convencido de sua condição de raça pobre e inferior, marcado pelo pessimismo.
Ali estava, colado ao rádio, na esperança dos últimos minutos, o brasileiro que rompeu com esse passado de descrença, para encontrar, sozinho, o caminho do progresso e da paz social, num eloqüente exemplo ao mundo, do que pode a força criadora de um povo...
Ali estava, confiante em sua seleção, o brasileiro que viu nascer “Furnas” e “Três Marias”; que viu jorrar de seu solo o petróleo, explorado por seu próprio povo. Ali estava o brasileiro que viu a força construtora de sua gente rasgar a floresta virgem e até então indômita, para nela plantar milhares de quilômetros de estradas de rodagem, em busca da integração nacional a ser alcançada com veículos de fabricação nacional.
Ali estava o brasileiro que viu nascer BRASÍLIA – a obra do século, a capital da esperança -, plantada no coração da pátria. Ali estava o brasileiro altivo, repleto de fé e de esperança, acreditando, sempre., na capacidade de reação de seu time, em busca de um empate... E, esse empate veio, para a felicidade de todos. Veio ao findar da peleja, nascendo o gol dos pés de Chinezinho para ser concluído por Pelé, esse gigante do futebol internacional.
Assim veio o almejado empate, que teve o sabor de uma vitória. Vitória da fibra e da raça de uma seleção, que após perder por dois a zero até os quarenta minutos do segundo tempo, buscou e alcançou o empate consagrador, ao apagar das luzes.
Agosto de 1959.
Ao findar da tarde de ontem, quando a noite fria começava a cair sobre a cidade e deixávamos o Banco do Brasil, após mais de seis horas de estafante trabalho, paramos, eu e o colega Floriano, junto a um “Jeep”, onde um grupo de patrícios assistia à transmissão do jogo da seleção brasileira de futebol – autêntica campeã do mundo -, frente a um quadro italiano.
Notamos, de início, que a tristeza rondava o coração daqueles homens e o vendaval da derrota fustigava-lhes a alma, onde existia, ainda, a esperança de um empate, de vez que perdíamos de dois a um e restavam ainda dois minutos para o término do encontro, travado em campos da velha Itália.
Resolvemos esperar um pouco... Juntar nossas emoções e somar as nossas tristezas às emoções e tristezas daquele grupo que assistia, ao apagar das luzes, a derrota de sua seleção, até então invicta em vinte e seis partidas internacionais, disputadas após o campeonato mundial de 1958.
Ali estava o brasileiro de 1960. Aquele que em outros tempos teria abandonado o rádio, certo da derrota, convencido de sua condição de raça pobre e inferior, marcado pelo pessimismo.
Ali estava, colado ao rádio, na esperança dos últimos minutos, o brasileiro que rompeu com esse passado de descrença, para encontrar, sozinho, o caminho do progresso e da paz social, num eloqüente exemplo ao mundo, do que pode a força criadora de um povo...
Ali estava, confiante em sua seleção, o brasileiro que viu nascer “Furnas” e “Três Marias”; que viu jorrar de seu solo o petróleo, explorado por seu próprio povo. Ali estava o brasileiro que viu a força construtora de sua gente rasgar a floresta virgem e até então indômita, para nela plantar milhares de quilômetros de estradas de rodagem, em busca da integração nacional a ser alcançada com veículos de fabricação nacional.
Ali estava o brasileiro que viu nascer BRASÍLIA – a obra do século, a capital da esperança -, plantada no coração da pátria. Ali estava o brasileiro altivo, repleto de fé e de esperança, acreditando, sempre., na capacidade de reação de seu time, em busca de um empate... E, esse empate veio, para a felicidade de todos. Veio ao findar da peleja, nascendo o gol dos pés de Chinezinho para ser concluído por Pelé, esse gigante do futebol internacional.
Assim veio o almejado empate, que teve o sabor de uma vitória. Vitória da fibra e da raça de uma seleção, que após perder por dois a zero até os quarenta minutos do segundo tempo, buscou e alcançou o empate consagrador, ao apagar das luzes.
Agosto de 1959.