Trem... trem...

A vida segue não segue?

Independente de nós.

Estranho isso.

Como se fossemos passageiros de um trem

Em trilhos cravados na terra

O destino é inequívoco, absoluto.

Eu, um passageiro entediado, olhando a vida passar.

Encontrar-te, assim, de vez em quando, quase raramente,

É como uma parada numa estação, uma saída,

Caminhar sem o surdo barulho das rodas assassinas no aço imutável dos trilhos.

Sentir o chão batido da vida,

A alegria estranha de andar sozinho quando estou ao teu lado,

Volto ao trem absurdo que me leva,

Numa velocidade sem verso, nem prosa,

Nem a mais amarga das frutas, apenas o ritmo incessante e intransigente do aço.

Fico esperando a próxima vez

A próxima estação...

Quando vou descer para caminhar num caminho escolhido por mim?

Quando tomarei a vida nas mãos?

Deixar o destino aos marcados pela ignorância,

Deixar aos crentes de que não tem jeito?

Melhor não esperar tanto pela resposta.

Melhor seguir adiante, esperar a próxima estação...

Ou então, colocar a vida em jogo e pular pela janela.

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