A Turista

Pílulas de entropia garganta abaixo

Monólogos prolixos para paredes que não tem ouvidos.

Na percepção dilatada sente o cheiro vermelho

dos passos falsos, tortos

Sente o corpo como há muito não sentia,

quer gritar e grita, quer deitar, dormir, já não pode!

O vazio da metrópole desvairada lhe chega aos ouvidos

e não é o punk rock alternativo ao qual se habituara

É uma orquestra microfônica,

uma furadeira abrindo caminho

onde a parede é mais espessa,

onde se esconde o nada mais intimo,

mas que nunca foi pessoal...

Questiona sua sanidade

Tenta forçar lagrimas, deixar de respirar,

uma gargalhada infantil como atestado de total

desequilíbrio... Bobagem, está mais sã do que nunca.

O chiclete já não tem mais sabor,

não importa. O movimento dos dentes acompanha

o ritmo do silencio e a deixa calma

Fabricio Moura
Enviado por Fabricio Moura em 05/03/2009
Código do texto: T1471396
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