A Turista
Pílulas de entropia garganta abaixo
Monólogos prolixos para paredes que não tem ouvidos.
Na percepção dilatada sente o cheiro vermelho
dos passos falsos, tortos
Sente o corpo como há muito não sentia,
quer gritar e grita, quer deitar, dormir, já não pode!
O vazio da metrópole desvairada lhe chega aos ouvidos
e não é o punk rock alternativo ao qual se habituara
É uma orquestra microfônica,
uma furadeira abrindo caminho
onde a parede é mais espessa,
onde se esconde o nada mais intimo,
mas que nunca foi pessoal...
Questiona sua sanidade
Tenta forçar lagrimas, deixar de respirar,
uma gargalhada infantil como atestado de total
desequilíbrio... Bobagem, está mais sã do que nunca.
O chiclete já não tem mais sabor,
não importa. O movimento dos dentes acompanha
o ritmo do silencio e a deixa calma