Tempos paralelos

À vela sobre a mesa...

O tempo propício

Para grandes aventuras.

Imaginemos! Idealizemos!

Transfiguremos!...

Tudo que sonhamos,

Tudo que vivemos,

Tudo que resta-nos.

A pouca luminosidade

Daquela velha amiga,

Porém sempre presente

Mos meus épicos...

(Moinhos de ventos).

Traço a realidade

Um pouco tímida ainda,

No entanto os meus fazeres

Mostram ao mundo

A minha astúcia

E perspicácia.

Mesmo aqui,

com as minhas palavras

Devassas (reais),

No ponto exato

que me refiro,

Sufoco-me...

Em todas

as noites

de velas.

Tendo uma figura

Quase desastrada

(Sem forma ou com

Toda forma

Mal estruturada),

Um bigode saliente,

Uma barriga de causar inveja

A qualquer fanfarrão...

Sinto-me no auge

Da minha compreensão.

[...] As noites aqui

São muito difíceis!

[Escrevo numa mesa de madeira

Empoeirada e desnivelada... Um pouco!

E iluminada apenas

Por uma pequena vela.]

Estou sentado num banquinho

totalmente robusto,

Porém professo:

“O homem começa a morrer

Na idade em que

Perde o entusiasmo”.

Memórias de Balzac

Grégori Augustus Reis
Enviado por Grégori Augustus Reis em 05/03/2009
Código do texto: T1470148
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