CHAMAS DA ESPERANÇA
Fecho os olhos,
Mas ainda assim posso ver
E vislumbro, no escuro dos olhos,
Comigo você estar.
Este fervoroso e imenso amor
Não deixa as chamas da esperança
Serem apagadas pelas impossibilidades,
Pois o amor que tem machucado dentro de mim
Insiste em aumentar, triplicando dia a dia.
Mas no ápice de minha lucidez,
Tento, como se possível fosse, apagar,
Esta paixão que em mim arde
E como fogo tende a se alastrar.
São chamas que aumentam em tal proporção,
Que se transformam em grandes labaredas!
Debato-me, pois não há com quem dividir
Este sentimento, que trás consigo, a falsidade
De uma linda ilusão, que sem a reciprocidade
É só um delírio de um amor desesperado,
De um amor que não consegue reagir
Nem expulsar esta agonia!
Livrar-me deste tormento
Tornou-se uma necessidade,
Mas minha consciência
Me trás a dura realidade
Onde consiste a cruel verdade,
E é justamente isto que tenho temido,
Pois meu amor tem subsistido
A toda contrariedade.
Tristemente, quanto mais tento esquecer,
Perturbadoramente tenho lembrado
Deste amor que não lhe confessei,
Mas quando da covardia me livrar,
Com carinho, juro, que o declararei...