CHAMAS DA ESPERANÇA

Fecho os olhos,

Mas ainda assim posso ver

E vislumbro, no escuro dos olhos,

Comigo você estar.

Este fervoroso e imenso amor

Não deixa as chamas da esperança

Serem apagadas pelas impossibilidades,

Pois o amor que tem machucado dentro de mim

Insiste em aumentar, triplicando dia a dia.

Mas no ápice de minha lucidez,

Tento, como se possível fosse, apagar,

Esta paixão que em mim arde

E como fogo tende a se alastrar.

São chamas que aumentam em tal proporção,

Que se transformam em grandes labaredas!

Debato-me, pois não há com quem dividir

Este sentimento, que trás consigo, a falsidade

De uma linda ilusão, que sem a reciprocidade

É só um delírio de um amor desesperado,

De um amor que não consegue reagir

Nem expulsar esta agonia!

Livrar-me deste tormento

Tornou-se uma necessidade,

Mas minha consciência

Me trás a dura realidade

Onde consiste a cruel verdade,

E é justamente isto que tenho temido,

Pois meu amor tem subsistido

A toda contrariedade.

Tristemente, quanto mais tento esquecer,

Perturbadoramente tenho lembrado

Deste amor que não lhe confessei,

Mas quando da covardia me livrar,

Com carinho, juro, que o declararei...

Léia Tais
Enviado por Léia Tais em 26/02/2009
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