SOU APENAS PROSA E VERSO!
Se tu me dizes que – do contexto – eu sou encanto!(?) Vou te dizer – olhos nos olhos – que sou pranto(!); vou confessar que esse poeta é uma farsa; pois – poeta que é poeta – escreve só o que ele passa. Assim te digo que no abismo eu sou só máscara; sou um espectro que te emociona com palavras. Hoje eu sinto que – por fim – não sinto nada; que o teu prazer está aquém da minha alma, que tua ausência não me causa uma lágrima. Eu sou sofismas, sou o frio da sua alma. Sou o grito de silêncio no teu campo de batalha. Eu sou angústia, sou temor, eu sou migalhas. Entre os tons do arco-íris eu sou gris, eu sou desgraça. Entre nós dois sou mil frases rabiscadas. Para o universo... eu sou mais que réu confesso; sou vil palavra... sou apenas prosa e verso!