Ira

...E, de repente, os céus pejaram-se de nuvens negras como breu; o apocalipse está por vir!

O povo, percebendo a destruição que vai acontecer, entra em desespero e, em meio ao caos, começa o espetáculo macabro.

O vento transforma-se em furacão e, em sua ira, varre o chão por onde passa, não deixando pedra sobre pedra.

O chão abre-se sob os pés das pessoas que vão, assim, de corpo e alma para o inferno.

Um raio cruza o céu e incendeia todas as florestas, e muitas vidas encontram seu fim queimadas, com a dor que somente o fogo consegue proporcionar.

E, se alguém conseguir sobreviver, terá das mortes a mais terrível e dolorosa: as imagens de toda a destruição não lhe sairão da mente e se transformarão num câncer maligno que não lhes corroerá o corpo, mas sim a alma, e ele atrofiará até tornar-se um vegetal seco.

E a esperança, que é a última que morre, chegará ao fim.

Mas, por que toda essa destruição, por que tantas mortes?

O motivo é um só: tudo isso aconteceu porque alguém no mundo brincou com os sentimentos de um poeta!