TÃO SOMENTE SÓ

O toque nu, frio e imutável da solidão retarda meu

sono.Eu sinto a ausência da uma voz briguenta que

seja, mas que seja uma vez solidária.Vejo as luzes

brilharem no horizonte, luzes que se acompanham, es-

trelas e astros enamorados, um lume que faz renascer

no pensamento o desejo de receber novamente aquele

amor repartido entre carinhos.É fria a voz única do

vazio, e tardia quando pronunciada a sua presença.Pois sou um tímido arrogante, que partiu das flores artificiais para as dores que singram lágrimas de arrependimento. Sou assim, um fraco coração buscandoum futuro ao lado apenas de um olhar compreensível e de um sorriso de esperança. A solidão me faz repensar a noite, seus segredos e suas paixões. Sua música distante e seus medos infantis. É pouco o sono para

tantos sonhos impossíveis, porque do possível partiu

a música que me deixou sozinho. Que seja pelo menos

uma solidão inspiradora, que me traga versos, múl-

tiplos versos alegres, para um poema digno de uma

festa embalada por uma multidão de poetas solitários.

Porque a solidão de um, faz. na reunião de todos, um universo de afetividade lírica.

Jose Carlos Cavalcante
Enviado por Jose Carlos Cavalcante em 26/04/2006
Reeditado em 26/04/2006
Código do texto: T145567