SEM DÚVIDA


Quem chora a minha dor sou eu,
Quem canta o próprio pranto sou eu,
Quem mais senão a solidão sabe que eu existo?
Ninguém, claro!
Quem mais se abriga nos braços da saudade
Se não eu?
Quem transforma a resignação em sonhos,
Aqueles que se perdem na metade dos caminhos?
Eu. Simplesmente eu, aquela a quem a solidão
Não esqueceu.
Quem gosta de mim, sou eu,
Quem não quer sofrer sou eu,
Que esconde o pranto num sorriso doce
E pranteia a dor numa canção, sou eu,
Sou eu aquela que aprendeu fingir cantando
Quando o coração só quer chorar
E por acaso sabem quem sou eu?
Claro que não.

Brasília, DF
Registrado na Biblioteca Nacional