palpitações
deito e as pernas se partem
resvalo sentir os teus olhos graúna
em meus pupilos lábios
coisa de quem procura apagar com a saliva
o ardor do desejo que se infiltra
vejo o espelho entrecortado
pelas pernas que se movem
vejo o teto do meu quarto
em poética de sombras que te formam
a língua toca o céu da boca
cada pensamento que me chega aos labirintos
é um prenúncio de algo novo que aflora
e também algo antigo que se desflora
releio a foto em preto e branco
vejo que teus olhos questionam os meus tabus
e meu espelho fica invertido
eu me questiono agora...