palpitações

deito e as pernas se partem

resvalo sentir os teus olhos graúna

em meus pupilos lábios

coisa de quem procura apagar com a saliva

o ardor do desejo que se infiltra

vejo o espelho entrecortado

pelas pernas que se movem

vejo o teto do meu quarto

em poética de sombras que te formam

a língua toca o céu da boca

cada pensamento que me chega aos labirintos

é um prenúncio de algo novo que aflora

e também algo antigo que se desflora

releio a foto em preto e branco

vejo que teus olhos questionam os meus tabus

e meu espelho fica invertido

eu me questiono agora...

Iva Tai
Enviado por Iva Tai em 23/02/2009
Reeditado em 23/02/2009
Código do texto: T1453142
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