sobre mandacarús...
nenhuma fala escrita na sacada em cerâmica portuguesa
em verde branco sorriso nostálgico
a náusea vem finalizada com o dia que se limita a um não lugar
onde os inflames olhos alaranjados de um felino
conseguem ler-me a alma
algo despedaçado, as palavras são formas pensamentos
que demarcam o rastro de uma fome em necessidade de silêncio
a mudez das horas, a mudez dos ais
a mudez dos olhos nos olhos do eu - gato
não silenciam os mandacarus
uma flor pendente em rubra dor, e um caule erguido por espinhos
todos marcados por um reinado evoé...
a vida transcorre em guarnições de palavras guardadas
em estômago magoado e ecos reclames por um espelho invertido...
eu achava que...eu pensava que...eu não insisto...chove
na rua as pedras cantam a pressa dos passantes
no horizonte pontua-se um guarda-chuva branco
na anti casa a lentidão vem do tempo ausente...