sobre mandacarús...

nenhuma fala escrita na sacada em cerâmica portuguesa

em verde branco sorriso nostálgico

a náusea vem finalizada com o dia que se limita a um não lugar

onde os inflames olhos alaranjados de um felino

conseguem ler-me a alma

algo despedaçado, as palavras são formas pensamentos

que demarcam o rastro de uma fome em necessidade de silêncio

a mudez das horas, a mudez dos ais

a mudez dos olhos nos olhos do eu - gato

não silenciam os mandacarus

uma flor pendente em rubra dor, e um caule erguido por espinhos

todos marcados por um reinado evoé...

a vida transcorre em guarnições de palavras guardadas

em estômago magoado e ecos reclames por um espelho invertido...

eu achava que...eu pensava que...eu não insisto...chove

na rua as pedras cantam a pressa dos passantes

no horizonte pontua-se um guarda-chuva branco

na anti casa a lentidão vem do tempo ausente...

Iva Tai
Enviado por Iva Tai em 21/02/2009
Código do texto: T1450346
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