pássaro azul
velando. um terço de horas fixando estrelas
um filete de íris seguindo o trajeto de órion
o lábio indicando na abóbada , pressão revisitada
requisito a tua presença em baliza na veste anil
assim, destaco-te anulando o espaço em negativo
organizando cada movimento que sugeres
e tu ficas visível na órbita do meu planeta-olho
cósmica platéia é a canção da noite que te aguarda
o suspiro dos grilos e roçar do vento me desbota
olho-te em cândida mudez, ébria pela sintonia escrita
pleiteio o calor que de ti emana. fito a infinitude
absorvo-me no marca passo do meu sentir emudecido
da janela a cor verde se destaca e me fala em anulação
mas há a verberação de todas as outras cores presentes
assim me vejo no grito silencioso dos sinestésicos olhares
tu me observas também, em jatos de segundo se desdobra
pousas na sacada e reflete teu narciso na poça d´água
resultante do passeio da chuva atemporal
pousas tuas mãos nas minhas em ação ternurenta
teus olhos decolam transpassando minhas espelhadas íris
e porque o inconformado canto da coruja quebra a noite
eu acordo antes de ter a sombra sôfrega das asas
adormecer meus lábios como num primeiro encontro