pássaro azul

velando. um terço de horas fixando estrelas

um filete de íris seguindo o trajeto de órion

o lábio indicando na abóbada , pressão revisitada

requisito a tua presença em baliza na veste anil

assim, destaco-te anulando o espaço em negativo

organizando cada movimento que sugeres

e tu ficas visível na órbita do meu planeta-olho

cósmica platéia é a canção da noite que te aguarda

o suspiro dos grilos e roçar do vento me desbota

olho-te em cândida mudez, ébria pela sintonia escrita

pleiteio o calor que de ti emana. fito a infinitude

absorvo-me no marca passo do meu sentir emudecido

da janela a cor verde se destaca e me fala em anulação

mas há a verberação de todas as outras cores presentes

assim me vejo no grito silencioso dos sinestésicos olhares

tu me observas também, em jatos de segundo se desdobra

pousas na sacada e reflete teu narciso na poça d´água

resultante do passeio da chuva atemporal

pousas tuas mãos nas minhas em ação ternurenta

teus olhos decolam transpassando minhas espelhadas íris

e porque o inconformado canto da coruja quebra a noite

eu acordo antes de ter a sombra sôfrega das asas

adormecer meus lábios como num primeiro encontro

Iva Tai
Enviado por Iva Tai em 21/02/2009
Reeditado em 21/02/2009
Código do texto: T1450345
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