Versos deformados de amor
Tento, em vão, fazer versos nobres.
Chego, enfim, em rimas pobres.
Busco formas sutis de dizer o que sinto.
Mas se me assumo como poeta, minto.
Amo, ainda que não saiba fazer versos como poeta.
Pense em julgar meus versos e não assuma uma postura colérica.
Rimas de amor com flor não irá medir o quanto sou poético.
Penso em fazer versos com ares de apaixonado.
O ela, sujeito presente, ainda que oculto, está nas linhas de meus versos.
Revela que pra ser poeta só me falta o talento.
Já a tenho, me falta agora a rima, a métrica e saber transpor o que sinto em linhas.
Conformo-me em te-la a cada dia a minha espera.
Como poeta desejaria ser, não tendo a minha musa?
Amo e arrisco, assumindo o posto de ridículo, fazer versos.
Tento chegar ao fim e descrever o que sinto.
Mas, além de léxico e talento, me falta capacidade de sintetizar algo que é infinito.
Frases, pra que? Se na verdade são um punhado de conjunções e advérbios.
O meu amor dispensa palavras, e salvo meu pouco talento com esse argumento.
Amo-a e, isso que tento dizer com palavras sobre um papel, não precisa ser dito.
Amo com ou sem palavras, sem versos, sem estrofes, mas a amo a cada momento.