NUNCA SERÁ ADEUS...

Era fevereiro, de um ano qualquer, não quero lembrar a data, quero sentir, outra vez a alegria de vê-los chegando. Ela veio primeiro, ele veio depois (uma semana).

Não era um nascimento típico, gerado, nascido, amamentado, mesmo assim a sensação era de estar sendo mãe, mais uma vez (duplamente).

Meu coração fez festa e a casa ficou muito mais alegre. Algazarra por todo lado. Quatro crianças a correr e exigir atenção. Três meninos e uma menina – a minha princesa.

Cresceram como irmãos. Iam juntos para o colégio. Viajavam juntos. Passavam férias juntos. Tudo em comum. Mesa farta de alegria e amor. Uma família unida e feliz.

Sempre soube que um dia cada um seguiria seu caminho. Que a vida é feita de chegadas e partidas, mas preferi acreditar que só haveria chegada.

O tempo passou. Vocês cresceram. Criaram asas. Aprenderam a voar. Deixaram o ninho materno e pousaram em seu próprio ninho.

Acompanhei com olhos que pediam para ser diferente e coração triste por não poder interferir, mas segura de que vocês saberão escolher os rumos certos para suas vidas.

Ficou em nossa casa e em meu coração um vazio, uma saudade que sobe pela garganta e derrama-se pelos olhos. Há lugares vazios na mesa. Espaços vazios nos guarda-roupas. Menos barulho. Mais saudade.

No coração um aperto. Nos olhos gotas de saudade, que sem nenhum aviso, descem pelo rosto lembrando que vocês não estão mais aqui.

Antonino e Daniele quando os recebi em minha casa (mas, principalmente em meu coração) não sabia que me tornaria mãe/madrinha/tia de vocês, não imaginei que me apegaria tanto e os transformaria em meus filhos.

Nunca quis roubar o espaço de sua mãe em seus corações, nem poderia, mas vocês entraram no meu como filhos e daqui jamais sairão.

Sempre me lembrarei de vocês como meus meninos, os presentes mais valiosos que a vida me deu. Sigam em paz queridos, que seja fácil a caminhada de vocês e, que diante das dificuldades vocês jamais percam a fé e a coragem de lutar. Continuarei torcendo por vocês.  

Tem uma música, não lembro a letra toda, nem o autor, que diz mais ou menos assim: "eu recordo com felicidade, dia mês e hora em que você chegou (...) eu adoro ver você sorrindo, seu sorriso faz de tudo eu esquecer (...) meu filho Deus que lhe proteja, onde quer que esteja eu rezo por você(...)". Ela traduz o que sinto agora.

Carinhosamente "tia Ângela" que os ama como mãe.



*Foto da direita para esquerda: Antonino Netto, Priscila, Saulo, Eu, Daniele, Omar e Omar Jr.

*Priscila, Antonino Netto e Daniele são os sobrinhos que adotei como filhos. Priscila chegou depois e ficou menos tempo, já está em seu cantinho há mais de dois anos. Antonino e Daniele foram depois, hoje foi o primeiro dia sem eles.










Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 19/02/2009
Reeditado em 19/02/2009
Código do texto: T1447690
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