Ascensorista do prédio chamado desejo
Ascensorista do prédio chamado desejo
6 de janeiro de 1994
Alguém, embutido dos +
ternos sentimentos,
faz uma viagem de reconhecimento
Pplos corredores dum prédio comercial.
Alguém carrega uma cestinha de
imagens fálicas e objetos pontiagudos.
Alguém, apesar dos apelos
da senhora do elevador,
sobe para o primeiro andar
pelas escadarias cheias de limo.
E tudo ali cheira.
E tudo ali denota.
E tudo ali explica-se.
E alguém vê o quanto são comuns,
triviais e sem o menor interesse
os seus apetrechos da cestinha.
Todos sabem tudo e para eles
só falta o conhecimento fatal.
Para todos, sexo é só sexo
e sabem + de 2 posições – que espanto!
Para todos, alguém é só
+ um comerciante com ultrapassadas
e tristes novidades.
Pois para todos apenas
Falta-lhes o último desejo.
E alguém tem em sua pequena cesta,
objetos pontiagudos.
E alguém também só o sexo conhece.
Alguém também desce
-agora pelo elevador-
o que deixa a senhora exultante.
Lá embaixo, alguém sussurra
que ela desconhece tudo
-como todos.
Senhora sorri patetamente
e alguém vai embora,
e, desconhecendo a utilidade
dos objetos pontiagudos.
segue procurando novidades sexuais.