A Floresta
Há uma floresta densa onde sempre me perco. É onde vivo.Nela entrei quando comecei a ser despertada pelas minhas emoções.
É uma floresta labiríntica, depois que nela se adentra, nunca se sai.
Choro muitas vezes em meio aos cantos mais escuros, onde ela me espeta e eu quase fico presa em meio aos arbustos retorcidos e cheios de espinhos. Em outros lugares corro livremente, lugar em que o caminho se alarga, e o sol se mostra mais quente, e até os pássaros cantam... Fico feliz, radiante, porém logo chega um piado de coruja e me arrepia até n’alma, este piado faz lembrar-me o meu legado.
Nunca serei feliz completamente, pois em meio a essa floresta densa vivo, e não ajo apenas por meus instintos, tenho que obedecer aos caprichos de outrem...
Sempre presa aqui, há tantos anos, não sei mais dizer como é esse exílio, se é profano ou santo, mas posso dizer com certeza que dilacera a alma enquanto a carne, vez ou outra, recebe carinho.