Coruja
Não me preocupo com o teu descaso,
Porque sinto, mesmo sem ver, teus olhares me tocando as costas.
Não me assustam tuas artes bélicas de amar,
Porque de guerras de amor fui escolado
E das derrotas aprendi a vencer.
O tempo, do meu lado, amadurece teu juízo.
Mesmo que tentes ignorar-me, sei que sou tua atenção.
Já fui tua ferida.
Aprendeste, no cotidiano, a cuidar de mim.
O vento me ensinou a olhar o mundo do alto dos pinheirais.
Com ele, eu aprendi a ser constante e decidido.
Vive como quiseres, pequena pomba.
Que sou coruja e com elas aprendi.
Digam os maus que sou mau agouro,
Digam os cultos que sou da sabedoria.
Digam o que quiserem sobre mim.
Sou coruja.
Gosto de ver tudo do alto, atravessando o tempo
Do alto dos pinheirais.