Maria Magda em Paulo Berlatok
Corri para ver, como de costume,
Maria Magda ficar completamente louca
Ao ver Paulo Berlatok
Não se entendia o que tinha aquela moça
Mas seus nervos se atormentavam
A boca tremia, as pontas dos dedos suavam
E a palma ficava fria
Coitada de Maria Magda
Tão apreensiva de seu sufoco
Que ela mesma não entendia
Porém assim que ela o perdia de vista
Seus tormentos ficavam ocos
Os olhos se estatelavam
O peito quase explodia
Como se fosse dar um grito louco
- a rua na expectativa
E de repente no súbito
Começa a se mijar em gargalhadas
De quase perder o fôlego
E no desespero de não achar graça
Começava a se quebrar em tudo que via
Vasos, porcelanas e vidraças
Cabeçadas nas prateleiras de iguarias
Podia se arrebentar toda
Que as risadas se fortaleciam
Até que alguém, por gratidão
Ou por se cansar da cena até então
Jogasse-lhe um balde de água fervendo
E um outro de água fria
Assim ela ia
Sofrendo
Com essa história toda..
Que na cabeça, Paulo Berlatok vivia
Sempre quando passava por Maria Magda
Uma dama de semblante meigo
Com roupas de missa
Vendendo no secos e molhados
Para dar miúdos a família
Mas tentou ele e não conseguiu
Em suas diárias caminhadas
Conter as loucuras de Maria Magda
Que tanto o atormentava
Até a perder de vista.