Não te reconheço

Quer saber? Acho que nunca me reconheci em ti... Quem sabe fosse mera personagem à procura de um palco ou um expectador que me assistisse

Talvez as palavras vãs tenham sido ditas por nós dois, no calor do momento, na urgência do agora

Talvez os corpos entrando em combustão, a união se concretizando de antemão, tenha sido somente um momento de concessão... num ato de paixão

Talvez o olhar brilhante tenha sido o mesmo que dura o brilho de um vaga-lume numa noite de verão

Quer saber? Acho que tinhas razão quando dizia que não fomos feitos um para o outro (embora tudo teimasse em acontecer para provar o contrário)

Talvez nosso destino já estivesse traçado, como acordes de uma música com fim fatídico

Talvez nossa vida deva seguir e outros rumos caminharemos... Mesmo que sejam aqueles que não sabíamos se haveria vida ou se dela se esvairia

Talvez a mudança que tanto almejamos tenha de ser feita em nosso interior... em nosso íntimo

Quer saber? Não sinto tua falta, como achei que haveria de ser... nem de teu cheiro sinto saudade [minhas narinas não tiveram tempo de fazerem-se embriagadas]

Talvez... só por um talvez...possamos encontrar-nos nesta vida, nesta estrada e possamos dizer que o que vivemos foi no mínimo, interessante

Talvez ousaremos querer esquecer, mas quando não mais remoer, então a lembrança ficará a entreter

Talvez... talvez....

Talvez tenha sido por esse excesso de dúvidas que nosso "amor" não criou raízes suficientes para sobreviver...

Quer saber?

Uma das poucas certezas que tenho de nossa história é a de que nunca mais quero te ver...

Letícia Cesario
Enviado por Letícia Cesario em 10/02/2009
Reeditado em 20/01/2010
Código do texto: T1432193
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.