A dança das horas (2)
A dança das horas (2)
Vanderli Granatto
A dança das horas não para,
segue seu rumo por muitos atalhos.
Deslizando por múltiplos caminhos,
bailando por onde a emoção seu canto entoa,
sigo à procura do que me faça feliz.
A primavera ao longe
dá seus ultimos retoques,
com nuances já desfeitas pelo calor de verão.
Matou-se a beleza juvenil de um breve tempo
que passou,
deixando marcas no coração.
Percebo a vida que se esvai,
ao sabor da melodia do tempo,
que implacável toca trombeta,
tornando-se imperativo,
sem retornar jamais.
O inverno rigoroso chegará,
guarida para meus ais,
ainda procuro.
De frente para o mundo,
cabeça erguida,
Neste outono enxergo a face da vida,
num clarão nunca antes sabido.
Pulsa deliberadamente
em meu peito, o coração,
para dar prumo a esta rotina.
Bendigo as horas vividas,
este milagre concebido.
Sigo ao sabor do tempo
que tudo dá e tudo leva.
O futuro é incerto, mas com alicerce,
deve vir em brandas nuvens, por certo.
A dança das horas prossegue,
num rítmo acelerado,
tudo acontece rapidamente.
Só quero que este amor profundo
que carrego, não se perca.
Com amor tudo se torna leve,
neste nosso breve passeio ao mundo.
Vanderli
15/01/2008
Botucatu/SP