Perdoa-me

Eu bem queria escrever-te

Uns, ainda que poucos

Versos singelos, amantes.

Mas talvez, me ame pouco

Ou por ti tenho amor demais

Que os versos parecem soltos

Mas apenas a dor é que se faz.

Assi, empedernido sem causa,

Não dou-te versos como flores,

Nem canto aos muitos, gracejos,

Os mesmos que por ti tenho.

Dou-me como ferido acanhado,

Esperando pena á ser cuidado,

Ainda que não me seja o desejo.

Dou-te apenas o que tenho,

Pois sei que por tanto não sou.

Apenas o peito que abre o pote

Da desesperança, cheia, passada,

Curtido a vida, má sorte,

A alma degusta, dissabor,

Itenso gosto, de mofo e solidão.

Junior Antonio
Enviado por Junior Antonio em 07/02/2009
Código do texto: T1427498