Lembrando Mike
 
 
Escrevi há muito tempo um texto com o título: conversa com um cão.
Na verdade era o cão de conversava contando coisas de sua vida.
Esse cão existiu, chama-se Mike e pegamos no Condomínio, abandonado, em dia de chuva e com defeito numa perna.
Nós não sabíamos, mas aquilo não era defeito era um sarcono na patinha
e assim ele não pisava, pela dor.
Logo que pegamos qualquer animal levamos ao veterinário para fazer exames
e verificar seu estado de saúde. Que decepção quando o veterinário disse
ser câncer nos ossos. Não tinha salvação, pois já tinha metástase.
Levamos Mike para casa e dávamos um medicamento para que ele não
sentisse dores, e passou até a pisar com todas as patinhas. Era manso,
cainhoso, amigo, meigo, mas muito ciumento dos outros cães, principalmente
do Perninha que também fora pego por meu filho, quando uma kombi
atropelou-o.
Cuidamos e ainda está aqui lindo e faceiro, mas velhinho.
Fora o ciume de um e de outro a covivênvia aqui sempre foi das
melhores. Mike resistiu com a ajuda das medicações 1 ano junto com a gente.
Mas depois apareceu o câncer em tantos lugares, que foi-nos aconselhado ao sacrifício. É uma das coisas terríveis que, às vezes, para o animal não sofrer
horrores, somos obrigados a fazer. Ele se foi, mas está bem vivo em nossa
mente e em nossos coraçoes. Vez por outra leio sua conversa,pois acho muito
lindinho o modo como se expressa sobre as cockers, que também foram ao
seu encontro no céu. Devo dizer com franqueza, às vezes, somos bem mais
entendidos pelos cães, do que pelas pessoas.
naja
Enviado por naja em 07/02/2009
Reeditado em 23/12/2010
Código do texto: T1427258