Laço Desfeito
Tatuado fiquei
Sem dor ou remorso
E aí, saí do teu corpo,
Desmantelei o teu jogo,
Assanhei teu cabelo,
Invadi tua casa,
Rasguei os teus versos,
Cuspi no teu prato
E desatei o nó do laço,
Tal regaço que nos amarrava,
Que dizia que amava:
Amava nada!
Refiz-me dos cacos,
Costurei tua língua...
Sou verbo inconjugável,
Vagabundo adorável!
Ô, povo pestilento,
Que faz e acontece
E não tem medo de nada:
Ama nada!
Arrotando do copo
Nosso amor, nossa farsa,
Desfiz tudo que um dia
Eu fingia que acreditava,
Que dizia que amava:
Amará nada!