Saudade

Leio-te entre os versos,

De folhas embranquecidas

D'onde tinge a saudade tinta solúvel

Que logo ao perpassar,

Há de se apagar...

E novamente as folhas do sorrir

Hão de mim caiar...

Escrevo-te, logo ou antes

De ler-te, talvez apenas eu

Num desejo inquieto é que pinto,

Suscito versos que não são teus,

Assim como o amor que não me deste,

E descanso, na clausura dum falar sonhado,

Mas ainda acordado, nada vejo escrever...

Desejo-te e por tanto, te tenho,

Em poucos instantes, lampejo,

D'onde em amor me enlaço as palavras,

E logo traz-me o teu cheiro,

Pelas folhas embranquecidas,

Debruço-me em lágrimas,

Pois de nada presta o desejar,

Findou-se os teus olhos,

Logo que o poema não se escreveu...

Junior Antonio
Enviado por Junior Antonio em 06/02/2009
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