O POUCO QUE TENHO
Te amo sim
Te quero sim
Queria enfim
Que o amor
A ti devotado
Com ardor
Um tanto exagerado
Fosse correspondido
Porém não sou de ilusão
Já sabia de antemão
Comecei derrotado
Te vi do outro lado
Do imenso penhasco
Que nos mantém separado
Estou aqui
A pensar em ti
Sentindo sozinho
Um amor torturante
Uma paixão viciante
Que me faz desejar
Um dia, somente, tocar
Teu coraçãozinho
Estamos distantes, porém
Olho para o horizonte
E teus olhos negros
Tão profundos, serenos
Não olham de volta,
Aí do além
Teu nome é um mantra
Por mim repetido
Na vã esperança
De atravessar a barreira
E ser respondido
(Pois já sei que sou ouvido)
Mas meu nome me frustra
Sei bem como é
Desejar ter para si
O coração de outro alguém
E o amor que é dado
Não me ser retornado
Entendo melhor o amor platônico
Isso que é irônico
Tens sempre retornado
Todo amor devotado
Tens o coração de outro alguém
Sem nem desejar para ti
Não conheces o amar
Sem ser amada
Sei que não podes
Devotar a meu coração
O amor que entregas
A quem te corresponde
Com todo seu desejo
Entendo o egoísmo
Meu coração é meu
O entrego a ti
Sem me importar
O quanto isso
Possa me machucar
Porém não admito
Que sofras por não corresponder-me!!
Guarda tua dor para ti,
Entrega o teu coração,
Que é teu
A quem achas que mereça
Que esteja próximo
Ou a quem aches
Que te ama tanto
Ou ainda mais do que eu
Não estás afastada de mim
Como sempre estiveste
Como os anjos estão dos humanos
Não foi por te dizer do meu amor...
Minhas músicas, minhas brincadeiras,
Meus carinhos virtuais
Te tocavam de modo distanciado,
Como o mantra do teu nome,
Amenizado pela barreira
Que não é física mas sempre existiu
Me dói te amar
E por ti não ser amado
É verdade
Porém tristeza maior
É te sentir te afastando
Pouco a pouco
Quando surge um outro alguém
Então me sinto obliterado
E meu coração é devastado
Por um medo de não ser mais um
Como tantos outros que passaram
Que me tornam invisível
Por um tempo determinado
Quisera sim te fazer feliz
Quero sim te VER feliz
Porém apesar de meu amor
Me trazer um pouco de dor
Sou egoísta e não aceito
Perder de vez o que nunca tive
E o que quer que de ti tenho.