Caos
Às vezes tenho um pensamento besta.
Besta. Besta.
Às vezes tenho um pensamento besta.
Às vezes.
Ele toma conta do meu coração
Sem sentido sem razão se
transforma em tristeza.
Mente vazia, oficina do diabo.
Minha avó dizia. E todas as avós diziam.
Vou dar uma volta no parque, vou ler a nova edição dos Irmão Karamázovi, faltam só quatrocentas páginas.
Pena que eu já assisti o Estranho caso do senhor Benjamim Button- O homem que nasceu velho e ia se tornando jóvem com o tempo. Ia na contra mão. Lembrou-me do Miguilin que desde criancinha já sentia saudade.
Seria uma boa ir no cinema em plena sexta a tarde.
Ah! Tenho certeza de que se eu voltasse hoje para o meu antigo emprego seria pelo menos trinta porcento mais produtivo.
Menos vaidade, menos impaciência, menos dispersão.
É como disse o Nietzsche é preciso se afastar da cidade para poder perceber as diferentes alturas dos prédios e das torres.
Bom! Foram trinta e seis anos de malho. Sobrava pouco tempo para as leituras, para os filmes em preto e branco que queria tanto ver de novo. E aquela viagem a Chapada da diamantina tantas vezes adiada.
Agora eu tenho tempo, posso fazer tudo isso e muito mais.
É!! Mas e este pensamento besta?