[Uma Existência para Viver-te]

... E assim foi que aquele nosso chão fértil,

antes florido, semeado de doces esperanças,

aos poucos, virou a fria campa dos desejos,

e os nossos passos seguiram caminhos diversos...

Agora, a perda, a distância, a estúrdia negação de tudo,

e a dura viagem à lunar região do não-ser do Amor.

no entanto, que esse limbo de nós dois

não seja um espanto: como ensina a Filosofia,

"o mundo não revela seus não-seres

a quem não os colocou previamente

como possibilidades".

E ao descobrir-te em meu mundo,

metade antes perdida de mim,

jamais pudera eu sonhar a possibilidade

desse limbo... Jamais!

Queria ter outra existência para eu viver-te,

para eu habitar-te sempre, sem tempo de partir,

para, enfim, sermos plenamente como convém

aqueles que foram marcados um para o outro!

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[Penas do Desterro, 02 de fevereiro de 2009]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 02/02/2009
Reeditado em 10/07/2012
Código do texto: T1418504
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