Começo, Meio e Fim
 

          Era um vazio. E dentro do vazio de um ser, surgiu um outro. Era o surgimento de uma nova vida. Vida esta que logo nasceu para o mundo. Vida esta que logo seria a minha.
          Sinto uma seiva defluir sobre mim. Posso andar, correr, saltar, gritar; enfim, tudo para mim é ledice. Eu não vivo como púbere ou adulto...
          De repente nasceu um pathos. Tal qual denominei: amor. Era o aurorar do meu abril. Aquele infante que eu era havia expirado...
          Com o transpor do tempo, o meu sentimento se ampliou... Fez-me sofrer, lagrimar... Adolesceu-se de tal forma em minha vida...     De uma forma tão desabrida, que eu sentia apenas dolo. Eu já não estava só, porque minha biografia se atrelou a uma outra.
          Com o transcursar das estações minhas forças e sentir já não são mais ainda... Tudo parece tão abstruso: andar, correr, saltar, gritar... Já não participo como participava do mundo. Tudo se mostra tão nuvioso; tão implexo.
          De repente um negror... Não há o que se falar... Não há o que se ouvir... Nem o que se ver... O orbe parece não viver mais... Apagou-se assim uma luz... A luz da minha vida.
Emerson Mattos
Enviado por Emerson Mattos em 02/02/2009
Reeditado em 27/01/2012
Código do texto: T1418327
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