As Rosas

As Rosas

A natureza em prosa.

Versos aos olhos.

Belas por si,

Lindas para os que amam.

Tudo eternamente provisório,

Pois teu sacrifício não é fim.

És início para sentimentos que afloram.

Quem te fez tão bela?

Por que tanta beleza?

Nasceste para ser objeto do poeta

Ou rainha da natureza?

E de onde veio a divindade da tua sina?

Morres em nome do amor.

Morres sem gemer de dor.

És sábia.

Sabes que renasce nos braços da menina.

Uma união divina:

Menina e Flor.

E o homem que ama?

Herói ou carrasco?

Que importa?

Rosas morrem

E não reclamam.

São alegres em seu destino,

Pois não morrem em vão.

Pura harmonia.

A beleza das tuas formas

Fazem o contorno da paixão

E, como se beleza não fosse o bastante,

Há ainda o teu odor.

Teu aroma inebria os amantes,

Pois traz em si

O cheiro da amada

E nesse instante

A mulher muda de forma:

Deixa de ser gente

E encarna flor.

E os espinhos?

Por que não te fazem feia?

São empecilhos para quem a tateia.

Que absurdo!

Até a amada tem defeitos

E ela é linda.

E além do mais,

Qual o amor que não machuca?

Afortunados aqueles que se ferem por amor.

Tudo perfeito.

Finca teus espinhos em dedos mortais.

Mostra que no amor existe dor, luta...

E não me importa a tua cor,

Mas prefiro-te rubra,

Pois acho que o amor é vermelho.

E não direi que amo;

Se puder,

Descubra.

Dir-te-ei apenas um segredo:

-És para mim “a mulher”.

Então fite os meus olhos

E não haverá engano,

Pois olho para ti

Com os olhos de quem ama.

Olho para ti

Com os olhos de quem te quer.

A ti, Rosa.

A ti, Mulher

(Uma deliciosa homenagem a P.R.Mota)

Morumy klein
Enviado por Morumy klein em 02/02/2009
Reeditado em 18/02/2009
Código do texto: T1417586
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