FAZENDA CAJUEIROS
Euna Britto de Oliveira
www.euna.com.br
Casa nova, de fazenda nova.
Na rede de xadrez azul e branco,
Sob o telhado da varanda,
Atraída pela leitura da pouca escrita em baixo-relevo
No barro de cada telha,
Imagino os homens que o construíram...
Os construtores partem...
Os telhados ficam.
Caibros, ripas, telhas,
Instalação elétrica...
Aos moradores e visitantes,
Os telhados abrigam do sol, do sereno, da chuva...
Bananeiras de jardim ornam a orla da varanda,
Rodeada de calçada feita de pedrinhs roliças...
Se alguém ajudar e puxar a corda da sineta para ele,
Um velho frade franciscano de ferro batido
Bate a sineta da entrada da casa,
A fim de anunciar chegadas!...
Os cães, de tamanho médio, têm boa índole
E até dão sinais com latidos, mas não agridem,
Ao contrário, preferem agrados...
A casa é zen.
O ambiente é zen.
As vozes da casa soam ternas.
A alma do mundo vistoria a casa.
Recompensada pela calma reinante,
Revigorada, a vida segue adiante!...
Sete cachorros mansos,
Vacas e bezerros brancos,
Lembro que o nome dessa raça de gado é Nelore...
Carneiros, nem todos brancos,
Mas todos fofos...
Poltronas estofadas na sala...
Pratos de boa lembrança decoram as paredes da sala.
No pátio, a grama três vezes verde contrasta
Com a planta pingo de ouro que pontilha o generoso espaço
Com o seu verde dourado...
Moitas de citronela!!!
E, conforme a hora, os mosquitos fazem festa em volta das janelas,
Que se fecham, para aguardar a noite.
No mesmo mundo em que há casas de campo,
Há cidades pequenas e grandes,
Bondades pequenas e grandes,
Maldades pequenas e grandes,
Mentiras, enganos, inveja,
Verdades,
Amigos leais, visíveis e invisíveis,
Inimigos declarados e não declarados,
Temporais e espirituais...
E, em cada fazenda,
Uma história de família se reinventa!
Só continua e se sustenta
Com a graça de Deus!...
Entre a serra do Espinhaço e a serra do Cabral,
Próxima a Buenópolis,
A fazenda Cajueiros,
De uma linda família mineira!...
Onde Deus é amado
E, para sempre, louvado!...