Versar, para matar o tempo
Seria o mesmo que bailar com palavras
Acompanhadas uma das outras
E outras de umas
Suaves, meigas, tranqüilas
Novas, velhas já ditas
Outras, descobertas, outras, escritas
Palavras que terminem com a mesma semelhança de som
Chamadas de rima, contida nas poesias, sonetos, cirandas
Independente do sentido, do tema, do nome
Mas que terminem docemente
Tal qual começada
Que consiga dizer tudo
Ou talvez dizer nada
Que marque no tempo
De forma espaçada
Que rime de forma ordenada
Com seqüência, meio e fim
Que traduza a suavidade estampada
Rabiscada, até escrita por mim
Ou por pessoa letrada
Talvez um poeta antigo
Uma pessoa querida
Um repentista, um ensaísta
Um autor renomado
Que derrame as palavras
Feito vinho ou conhaque
Na mesa, no balcão, de um bar
Traduza sempre de forma
Tranqüila e mansa
Todo o sentimento
Escondido, guardado,
ou até mesmo escancarado
Que fale de amor
Que descreva a suavidade
Contida numa flor
Comece serena e densa
Que soe como música
Aos ouvidos da criança
Do adolescente, do adulto
Ou mesmo do idoso
Sem falar em tom jocoso
E sim muito sincero
É assim que espero
Que agrade, a todos que lêem
Entendam a verdadeira intenção
Matar o tempo, tentar nas rimas
Uma proeza, talvez brincadeira
Feito com amor e carinho
Talvez seguisse até outro caminho
Mas esse além de fácil
Fica gravado, aqui publicado
Aos amigos do Recanto.