Alcance
Ser só como as árvores, ser só no fluxo, o sangue do cansaço, as veias eternas da insónia, ser só por dentro, quando o vento ou a morte, aves esperadas pela agitação do infinito,
ali sob a dobra e voltar com a aurora à limpidez de um instante.
Nada mais.
Ser só na paisagem, os carros na avenida contra o destino, quero este bilhete na viagem que já partiste, pergunto o que ficou em ti no rumor da tarde ou os lábios profundos sobre a âncora da pele, tenho nos dedos a mesma hora
desta memória de olhar-te no alcance.
Nada mais.