Um dia junhal

‘Oh, não doire o sonhar

do moribundo, lisonjeiro

pincel da fantasia.!’

Alvares de Azevedo

Um dia junhal

Ah, coraçãozinho podre,

como fui te encontrar.

Agora reunido em

torno a fogueira,

cozinho-te pra alimento

de meus amigos cachorros!

Ah, podre, quem me dera

ter a saudade por morada!

Quem me dera escarrar

na janelinha –de flores ornada-

e não chorar nunca +.

Oh, podre, que alimente tu

o novo amor.

Morto amor.

César Piscis
Enviado por César Piscis em 30/01/2009
Código do texto: T1412430
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