L E M B R A N Ç A S

Lembro uma menina triste,

Um rosto meigo e sereno

Que um dia comecei a amar,

Mas não soube compreender-lhe como devia,

Não consegui ver em seu olhar

O grande amor que a envolvia.

Adormecido pela dor da ingratidão,

Deixei passar, escondido, aquilo que,

Poderia ter sido lindo, e hoje,

Estar coroando um sonho

Que eu começava novamente a acalentar.

Queria que você soubesse

Que não passou em minha vida inutilmente,

Não, você deixou marcas profundas,

Marcas estas, que hoje queimam em meu coração,

E um sentimento puro

Ainda palpita dentro de mim.

Lembro o brilho de seus olhos

Quando corrias ao meu encontro

E a alegria que demonstravas

Quando com carinho

Em meus braços se aninhava,

E com que calor me beijava.

A doçura de seus lábios

Nunca mais ira se afastar

Mesmo que tenha mil lábios para beijar,

O sabor dos seus, para sempre a de ficar.

Se um dia leres o que agora escrevo

E ao recordar a tristeza lhe envolver,

Creia, não quis magoar você,

Apenas lhe dizer, que eu aqui,

Vivo saudoso a relembrar,

Com o mesmo carinho, que um dia,

Pulsou dentro de meu peito,

E peço-lhe perdão se não soube

Dar-lhe o amor que querias.

Hoje, aqui sozinho, as lembranças,

Castigam-me dolorosamente

E a saudade estraçalha o coração,

Choro arrependido

Por tudo aquilo que perdi,

O que deixei em um ontem distante,

Doces ternuras, de um meigo amor,

Que louco, não soube dar valor.

Elio Moreira
Enviado por Elio Moreira em 29/01/2009
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