L E M B R A N Ç A S
Lembro uma menina triste,
Um rosto meigo e sereno
Que um dia comecei a amar,
Mas não soube compreender-lhe como devia,
Não consegui ver em seu olhar
O grande amor que a envolvia.
Adormecido pela dor da ingratidão,
Deixei passar, escondido, aquilo que,
Poderia ter sido lindo, e hoje,
Estar coroando um sonho
Que eu começava novamente a acalentar.
Queria que você soubesse
Que não passou em minha vida inutilmente,
Não, você deixou marcas profundas,
Marcas estas, que hoje queimam em meu coração,
E um sentimento puro
Ainda palpita dentro de mim.
Lembro o brilho de seus olhos
Quando corrias ao meu encontro
E a alegria que demonstravas
Quando com carinho
Em meus braços se aninhava,
E com que calor me beijava.
A doçura de seus lábios
Nunca mais ira se afastar
Mesmo que tenha mil lábios para beijar,
O sabor dos seus, para sempre a de ficar.
Se um dia leres o que agora escrevo
E ao recordar a tristeza lhe envolver,
Creia, não quis magoar você,
Apenas lhe dizer, que eu aqui,
Vivo saudoso a relembrar,
Com o mesmo carinho, que um dia,
Pulsou dentro de meu peito,
E peço-lhe perdão se não soube
Dar-lhe o amor que querias.
Hoje, aqui sozinho, as lembranças,
Castigam-me dolorosamente
E a saudade estraçalha o coração,
Choro arrependido
Por tudo aquilo que perdi,
O que deixei em um ontem distante,
Doces ternuras, de um meigo amor,
Que louco, não soube dar valor.