ENTRE O CÉU E A TERRA.
 
 
Ó loirinha encantadora! Ontem eu te vi despreocupada, alegre, graciosa e sorridente e, naquele momento, eu me assombrei com o tamanho do amor que ainda sinto por ti.

Por isso se diz que: Entre o céu a terra existe tantos mistérios que a nossa vã razão desconhece, mesmo porque, eu que tanto te beijei embaixo desse mesmo céu, mesmo assim, ainda não te conheço, portanto continuas misteriosa.


Ó graciosa! Os teus lábios, essas duas pétalas vivas de forma misteriosa me embriagam de amor, mesmo à distância, eu ainda senti o seu inefável aroma.


Ó silenciosa! Aquelas montanhas, as nossas confidentes, agora para mim se transformaram num totem sagrado, e assim, eu me engravido de lembranças tuas quando por lá eu passo.


As ondas do mar, os caminhos silvestres, os regatos das montanhas e aquela árvore no caminho que elegemos como nossa, todos estão impregnados de ti, tudo e a todos tu invadiste com a tua graça e agora o meu coração se transformou em refém de ti.


Tudo o que eu toco ou vejo tem os teus vestígios, por certo que não deixarei o tempo apagar o que me deixaste, aliás, guardo-os como relíquias vivas.


Ó trânsfuga! Deusa caída dos céus, tu continuas fugindo, mas em tempo, eu te aprisionei em minhas lembranças e, nessa masmorra íntima, ficarás para todo o sempre.


Ó lépida! Tu não sabes como me fazes falta e como eu sinto saudades das sombras das tuas sobrancelhas, recordo-me dos carinhos das polidas pedras de tuas unhas com um infinito benquerer.


Ó sonhadora mulher! Envolveste-me com a névoa verde dos teus lindos olhos, agora eu vivo embriagado pelo seu éter poderoso, fascinante, misterioso e inesquecível.

 
 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 28/01/2009
Código do texto: T1408955