Quando tudo cessará?

Quando tudo cessará?

Vanderli Granatto

Tristeza companheira inseparável,

quero esquivar-me de ti.

Coração sofre, sem que se possa

controlar a dor infinda, que trazes a mim.

Decepções, abismo de mágoas,

rancores, desacatos, quanto maltratam!

O vazio penetra na alma,

um frio intenso a assola.

Tristeza és arrogante,

me isolas do mundo, sem atenuante.

Me consomes, consumindo os dias que passam,

sem que eu saiba, quando tudo cessará.

Insistentemente, a desgraça, bate e fere.

Não revido, não devo me igualar a gestos ignorantes,

que não dignificam, nem trazem melhoria ao viver.

Finjo não me importar, com os rumores traiçoeiros.

Em instantes fico a crer, que tudo está bem,

que o mal não me atingirá,

pois em meu pensamento

a elevação do ser deve se sobrepor,

a qualquer insanidade de outrem.

Mas a navalha insistente corta minha carne,

atinge a mente, fere todo meu ser.

Tentam de todas formas , me acuar, me derrubar.

Não adianta querer blindar o coração.

Calar a voz, ignorar...

Por mais que me esquive, o tormento,

bate, bate e fere.

Não sei mais pedir, não sei implorar

A batalha diariamente perco.

O mal avança impiedoso.

Tento impedir, forças não mais encontro

O desconsolo me toma.

Não quero dormir,

Não desejo acordar.

Morro a cada instante,

renasço cada vez mais triste.

Pareço uma chama ardente

a dar voltas e voltas, sem sair do lugar,

sem encontrar o caminho certo,

do caminho que desejo caminhar.

Quando cessará este pesar?

Morro, morro a cada instante, com este pesar...

Ultrapassar barreiras, quem dera!

Recomeçar a viver, pudera!

É o que mais desejo ...

É o que mais quero...

Vanderli

25/01/2009

Botucatu/SP