Quando você estiver de teto baixo, de saco cheio, meio down, descontráia-se e escreva, fluente e desenibidamente, sem procurar um nexo pois enfim o que importa é simplesmente escrever ! Registrar no papel, que já foi madeira, que já foi árvore (ah! o verde que saudade!), e chegou à cor representativa da paz, (a cor ao menos ainda existe!), todas as emoções contidas no açude da sua alma.

        Não é preciso escrever um poema, em que as rimas estejam musical e metrificamente dispostas, não é nem preciso ser uma crônica. Não é preciso falar de estrelas, de luar, de flores, de policromicos devaneios nem de sorrisos puros de crianças inocentes. Não é preciso falar da falta de paz, mas, também é de bom alvitre omitir a guerra, só por ela ser uma realidade, e a verdade machuca !

      Não é preciso falar de corações despedaçados, de olhos tristes marejados, de sonhos lindos de quase virgens pseudo inocentes, que fazem um teste drive no motel com um quase  namorado, enquanto aguardam o amor primeiro,(que raramente é o único!), há tanto do que se falar!
      
      Há o onibus lotado, o chopp escuro gelado, o velho sapato furado, o corre-corre nas ruas, a cibernética, o teorema, o anúncio classificado, o título no cartório, a crise globalizada, a cautela do penhor! O imposto pago na fonte, os juros do agiota,o suór correndo na fronte, a fraude na concorrência, o tráfico de influência, a´música na parada (e o dinheiro do autor?). Há o errado que está certo, e o certo que está errado, a bandeira do torcedor, o grito alegre de gooool!!!

      Os encontros e desencontros, o conto dos treze pontos as drogas correndo solto, a impunidade patente de sociais figurões, o conflito de gerações, a coca-cola na China  que não é mais novidade, a poluição da cidade, a implosão a expressão, a ilusão do carnaval, a fantasia colorida, o samba na avenida, a explosão de emoções, os recalques, os brazões, e o grito da galera na Fiel dos Gaviões!

      A euforia do pagamento, a heresia dos holerites, os brazilianistzs. O carro batendo pino, o adulto pisando na grama, o padre tocando o sino, o valete sem a dama, inúmeros Dom quixotes montando jatos supersônicos, tentando livrar a Donzela Esperança, das garras do dragão realidade!  Há a explosãp demográfica, que os principais responsáveis nem sabem que existe !(não assistem, ou assistem demais a tal da televisão!)

       Há os meninos de rua, um assalto em cada esquina, o mendigo no farol, o suborno,a propina, (lembra do brilho da lua nos olhos lindos da menina?) Há as retas paralelas na perspectiva do encontro, a imagem criadora, a agência arrecadadora, a CPI do orçamento, maracutáia geral, no país de ponta à ponta, todo mundo metendo a mão!!

       O lobby das empreiteiras, o cartão corporativo, as férias tão esperadas, as barreiras nas estradas, o racha das sextas cheira, motoristas imprudentes eufóricos etilicamente, ah! máquinas maravilhosas e seus pilotos assassinos ! O encanto o desencanto, saudade sangrando o peito, uma dor que dilacera, a inflação que acelera, a ciranda financeira, e a canoa virou, no cassino do dia á dia!

        O seno e o coseno, o tema, a bissetriz, o ator, o drama, a cena, o sorriso da meretriz (que também é liberal!), o sexo virtual, a memória programada, fatal, no computador, e, se acaso houver tempo, e ainda sobrar espaço, e não lhe for muito incomodo, e não lhe faltar coragem, pode até falar de AMOR, que é bom pra tosse e refresca, até que se prove ao contrário.


antonio carlos de paula
poeta e compostor

www.vitrinedolivroindependente.com


AC de Paula
Enviado por AC de Paula em 27/01/2009
Reeditado em 16/06/2010
Código do texto: T1407606
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