LAIÉLIA

LAIÉLIA

11 jan. 1996 20h – calor bolorento

No começo do verão,

murchou e começou a chorar.

Sem amigos, sem adubos, sem chuva,

sol demais, pequenas pestes e

uma gurizada que lhe pisoteava

os braços e dedos.

Tinha uma leve esperança

de que alguém por ali passando,

necessitado ficasse e descarregasse

uma urina benfazeja.

Ou, que um fumante desse

uma nutritiva escarrada.

Mesmo um cuspezinho já

lhe traria um alívio

e uma esperança maior.

Mas nem mesmo uma lagrimazinha

de um choro qualquer, chega.

É tarde...

César Piscis
Enviado por César Piscis em 25/01/2009
Código do texto: T1403241
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