LAIÉLIA
LAIÉLIA
11 jan. 1996 20h – calor bolorento
No começo do verão,
murchou e começou a chorar.
Sem amigos, sem adubos, sem chuva,
sol demais, pequenas pestes e
uma gurizada que lhe pisoteava
os braços e dedos.
Tinha uma leve esperança
de que alguém por ali passando,
necessitado ficasse e descarregasse
uma urina benfazeja.
Ou, que um fumante desse
uma nutritiva escarrada.
Mesmo um cuspezinho já
lhe traria um alívio
e uma esperança maior.
Mas nem mesmo uma lagrimazinha
de um choro qualquer, chega.
É tarde...