NO CAIS DO PORTO EU CHOREI

Vou correndo desvairadamente em direção ao porto, tentando alcançar o navio que me levará daqui. Tropeço, transpiro mais não desisto de alcançar o cais. A chuva cai sobre meu rosto, forte, queima meus olhos. Corro ainda mais. Em meio à neblina daquele entardecer cinzento, vejo uma sombra no mar; meu navio partiu.

Fico estática, não posso acreditar que tudo que de melhor eu tinha foi para longe de mim. Entre soluços desesperados, mãos nas faces, costas arqueadas vou me sentando em meio às poças de água. Minhas pernas não mais me sustentam. Meu choro compulsivo, é tudo que tenho.

Para onde foi minha história? Onde irão ancorar meus sonhos? E aquelas gargalhadas tão desprendidas por que fugiram assim de mim? Meu navio partiu...junto com meus sonhos, com tudo que eu tinha.

Hoje sou só lágrimas e não desejo mais outro porto, outro navio. Hoje sou só. Não quero âncoras. Estou desamarrada, desconstruída mais de alguma forma, livre! Quero apenas estar naquilo que for Sagrado. Me deixe assim, preciso de Deus para me dar a paz que sei que mereço.

24/01/2009