Menino de rua
Menino de rua
Vanderli Granatto
Menino sem sapatos; com os pés no chão.
Ferido está seu orgulho, dói sua barriga,
pela falta de pão.
Dizem que da terra tira-se o alimento,
para alento dos irmãos.
Cadê menino seu pai, sua mãe?
Estão na labuta do dia para ganharem o pão?
Esqueceram você no beco da vida?
Onde está seu amparo?
Onde está o povo seu irmão,
que lhe vê aí sentado e não
lhe estendem as mãos?
Cadê meu povo, o orgulho do futuro da Nação?
Triste, abatido você se encontra.
É mais uma vítima da sociedade bacana,
que se envolve nos pilares da ganância,
da exuberância e se esquecem
que você criança está com fome?
Festas, comes e bebes, primor de ricas mesas,
recheadas de frangos e leitões assadinhos,
bebidas caríssimas,apenas para acompanhar,as refeições.
Onde está tua mesa meigo menino?
Tem água pelo menos?
Tua mente está confusa?
Papai, mamãe não ganham o suficiente
para te ofertar todos os dias, o pão?
Esqueceram-se deles também,
quando não lhes deram oportunidades,
para uma vida cheia de condições?
Não sabem de onde vieram e para onde vão?
Pobre menino rico de ilusões!
De ilusões vivem os bacanas
e você o que sonhas?
Apenas um pedaço de pão lhe daria conforto?
Que necessidades você tem para sobreviver?
Oh, meu Deus, abre as mentes dos irmãos.
Enxerguem a confusão criada;
Uns com tanto, outros sem nada!
Deus se achegue,fale aos ouvidos dos insensatos.
Vamos de mãos dadas dar alento,
ao hoje menino; homem do amanhã.
Encontrem o mapa do tesouro,
procure-o dentro de vós,
homens que se dizem importantes
e que importância às vidas, deveriam dar.
Ouçam a voz da fome,
fiquem sem comer um dia, apenas.
Façam experiências, durmam ao relento, no frio,
durmam sem cobertor.
Experimentem o sabor do fel.
Ajudem o menino, a se encontrar na vida
e ao encontrar a vida,saborear
o doce mel.
Vanderli Granatto
21/12/2008
Botucatu/SP.