Aos críticos

Não quero ser lembrado por minhas virtudes

Nem por minhas aptidões artísticas

Por aquilo que fiz ou deixei de fazer... Poucos homens têm força moral para acusar um morto... Entre os mais virtuosos, não se encontra um que exerça Imparcialidade para praticar um julgamento justo.

Ao defunto, um breve adeus, que a terra lhe seja leve!

Todos os defeitos viram virtudes, até as dívidas lhe são perdoadas. Quero, portanto, viver em paz, livre de acusações. Para isso peço um favor aos que perderão seu tempo para estudar,

Para procurar na minha obra os meus maiores defeitos, meus desvios emocionais, que não se arrisquem em classificar,

Em mensurar meus calos morais.

E aos críticos, um conselho:

Para falar, para mergulhar no meu universo,

Para opinar sobre meu ofício, poupem seus comentários, seus discursos dissimulados, a mim não convencerão, nem aos que se identificarem com meu modo único de falar, de escrever verdades tão duras em linhas retas.

Evan do Carmo
Enviado por Evan do Carmo em 21/01/2009
Código do texto: T1396868