Sem mais tempo...
Meus pulsos adoecem,
meus braços padecem,
meu corpo adormece como se jamais fosse voltar à vida.
Nada importa, não mais.
O abandono de meu mestre é o pesar da cerejeira em noites de inverno.
Aos poucos, lentamente,
essa carcaça que carrego,
definha em oposição à vida do amaranto,
eterna e infinita enquanto possível.
Carcaça que apodrece,
que deixa-se levar,
procurando o veneno da serpente do destino,
límpido, puro,
sem esperança,
sem sentindo.
A fé que existia, trouxe a morte que me espera,
e o desejo que em mim brota,
é a vontade de seu abraço mórbido,
cujo pensar,
me aconchega.
* amaranto: espécie de planta que, devido a sua longa durabilidade, é conhecida por simbolizar o que é eterno e/ou a eternidade; o imortal.